Eles mechem comigo. Não falam, mas escuto suas vozes. Gritos de muito esforço, lágrimas de desabafo. O grito é inútil e o choro desesperado.
A razão é clara demais, mas olhos cegos só enxergam o que querem ver.
Cadê o socorro quando realmente é necessário? Cadê o afeto, o pingo de coragem?
Mãos lavadas eles não precisam, o que querem são caras limpas.
Sua falta de vontade, sua inutilidade, sua alma desgraçada não traz paz nem comida.
Eles ainda vivem. A esperança já morreu há muito tempo... imortal, apenas a fé!
Fé em um Deus supremo. E Deus existe? É melhor acreditar que sim, porque nós que estamos aqui, que pensamos e existimos; não reagimos. Quem sabe então algo, um ser que é inexplicável pode curar essa doença. A pior doença que existe. A DESUMANIDADE.